Bem-vindos!

Sejam bem-vindos a este blog de uma brasileira que vive em Lisboa e "anda" por Portugal. Aqui vocês podem saber quais são minhas impressões desta terrinha lusa.
Lembrem-se: os meus textos estão escritos em português do Brasil, pois a maioria dos meus leitores é brazuca. Mas, com o passar do tempo, já cometo deslizes... Caraças, pá!

domingo, 16 de dezembro de 2007

O fado

Sábado, dia 15 de Dezembro, Teatro da Trindade. Baixa Lisboa, entre o Chiado e o Bairro Alto. Muito frio. Casa cheia. Às 21h30, começou uma das experiências mais importantes da minha vida. Mafalda Arnauth entrou no palco e deu início ao espetáculo intitulado Flôr de Fado. É muito difícil descrever com palavras o que se passou. Poucas vezes na vida vi algo tão emocionante. Não me emocionava assim desde que vi Maria Bethânia ao vivo.
Chorei como uma criança. Mafalda passeou sobre a história do fado, inovando, criando e representando com maestria. Digo a vocês, não passem pela vida sem presenciar isto. É para amar Portugal pra sempre! "Ó pátria lusa, ó minha musa, o teu gênio é português".

Deixo aqui a letra de Lusitana, do compositor Fausto, entoada por Mafalda Arnauth no concerto.

Fausto. “Lusitana”

Doce e salgada
Ó minha amada
Ó minha ideia
Faz–me grego e romano
Tu gingas à africano
Como a sereia
Ó bailarina
Ó columbina
És a nossa predilecta
De prosadores e poetas
Dos visionários
Quem te vê ama de vez
Nómadas e sedentários
Ó pátria lusa
Ó minha musa
O teu génio é português

Doce e salgada
Ó minha amada
Das epopeias
Tu és toda em latim
E a mais mulata sim
Das europeias
Ó bailarina
Ó columbina
Do profano matrimónio
“nas andanças do demónio"
Bela e roliça
Ai dança a chula requebrada
A minha canção é mestiça
Ó pátria lusa
Ó minha musa
O teu génio é português
Teu génio meigo e profundo
É deste tamanho do mundo
Sentimental como eu
Dois corações pagãos
São de apolo e de orfeu
Guarda-nos bem fraternais
No teu chão
No teu colo
De sonhos universais
És o nosso almirante
Terna mãe de crioulos
Cuida da nossa alma errante
Nós só queremos teu consolo

Doce e salgada
Ó minha amada
Da companhia
És um caso bicudo
Tu és o–mais-que-tudo
Da confraria
Ó bailarina
Ó columbina
Tu és a nossa doidice
Meiga “amante de meiguices"
Eu te proclamo
Quem te vê ama de vez
E a verdade é que eu te amo
Ó pátria lusa
Ó minha musa
O teu génio é português.

2 comentários:

Unknown disse...

Como sempre o teu ofício é escrever......fico muito orgulhosa......... bjs

Bruna Gala disse...

Ah, mãe! Elogio de mãe não vale. Beijinhos.