Bem-vindos!

Sejam bem-vindos a este blog de uma brasileira que vive em Lisboa e "anda" por Portugal. Aqui vocês podem saber quais são minhas impressões desta terrinha lusa.
Lembrem-se: os meus textos estão escritos em português do Brasil, pois a maioria dos meus leitores é brazuca. Mas, com o passar do tempo, já cometo deslizes... Caraças, pá!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Funk, axé e Tropa de Elite

Quando falamos em música brasileira por aqui, é claro que todos conhecem Tom Jobim, Caetano Veloso, Vinicius de Moraes, Elis Regina e tantos outros nomes da nossa MPB. Mas uma coisa é certa: os portugueses também conhecem o funk, o axé e até o “proibidão” de Tropa de Elite. A Tati Quebra Barraco é conhecida por aqui. Sério mesmo. E muitos outros. As meninas da faculdade conhecem uma gama imensa de funks, que nem eu ouvi falar. É engraçadíssimo. O axé também faz um supersucesso. A Ivete, principalmente.
Lá no trabalho, tem uma mulher com um parafuso a menos que fica ouvindo o Rap das Armas versão proibida no MP3 do seu celular e fala do Bope como se o nosso Batalhão de Operações Especiais fizesse parte de sua vida. Hoje ela passou o “proibidão” por bluetooth para o celular do meu coordenador!!! Ele assistiu à Tropa de Elite três vezes. Ela já viu umas cinco vezes e vibra com o “pancadão”. Hoje, disse a ela que tudo isso parece muito engraçado, essa história de uma música que só tem nome de armas, porque isso não acontece no país dela. Não tem apologia ao tráfico, não tem guerra pela posse das bocas de fumo… Porque aqui ninguém morre de bala perdida, ninguém escuta tiros e continua a agir com naturalidade como nós fazemos. Ninguém tem medo de pegar a via expressa de madrugada e ninguém anda agarrado com a bolsa no centro da cidade. Ninguém põe uma parte do dinheiro na meia, a outra no bolso da frente e a outra no bolso de trás. Muita gente nunca foi assaltada. No máximo, um furto… Sinto muita falta de várias coisas, mas não existe nada melhor no mundo que andar sem medo por aí, caminhar por uma rua desconhecida sem receio e andar de transportes públicos de madrugada. Da violência, eu não sinto falta nenhuma. Chego até a perguntar-me como conseguimos lidar com a realidade carioca.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Os desfiles

Nunca gostei de multidões, mas sempre gostei de assistir aos desfiles de carnaval. Lembro-me de quando era criança colocar o colchão na sala e lutar contra o sono para ver a Portela passar, sempre uma das últimas escolas. Nunca fui bem-sucedida no meu intuito. Ficávamos eu, minha mãe e minha avó, esta queria mesmo que eu torcesse pela Portela, tenho uma simpatia pela escola, mas emocionava-me mesmo com a União da Ilha, minha escola do coração. A União tem os melhores sambas de todos os tempos e, este ano, deve ter encantado o público na Marquês de Sapucaí com a reedição de “O amanhã”. A União da Ilha sempre diferenciou-se das outras escolas pela sua alegria, pela bateria nota 10 e pelos sambas lindíssimos, muito diferentes dos sambas de hoje, que mais parecem marchas que, de tão intensas, nem permitem o chacoalhar gracioso das mulatas. Tudo isso sem falar na quarta-feira de cinzas, que era sempre um evento. Qual escola seria a vencedora? Agora, todo o ano é a mesma coisa. A apuração também perdeu seu charme. Acho que a voz do cara que dá notas às escolas só é menos conhecida que a da mulher que anuncia os vôos no Galeão.
Não tenho como ver os desfiles daqui. Só são emitidos pela Globo Portugal, mas este canal é pago à parte, é um canal premium, não está incluso no pacote oferecido pela TV a cabo. Em vez dele, temos a Record Internacional… É realmente deprimente. A Record exibe o carnaval de Salvador, que só deve ter graça para quem está lá. É ridículo ver aquilo pela televisão. Sou mais o Carnaval da Sapucaí com seus carros alegóricos, fantasias, baterias… Mas, este ano, nem um compacto verei. No máximo, fotografias e uma notícia no telejornal daqui. Mas ainda desfilarei na Ilha. E no Grupo Especial! Será que a Ilha sobe este ano?
Ah, e todos aqui perguntam se eu sei sambar.. Hahaha. Acho que sei qualquer coisa. As meninas da faculdade querem até umas aulas… É, amigos, parodiando a Fernanda Abreu, o Brasil é o país do suingue! E eu vou virar até professora de samba! Eu!!!???