Há muito tempo que planejo deixar um post sobre o meio acadêmico português. Um assunto que me intriga profundamente é a postura de alguns alunos e professores. A competitividade entre os alunos por aqui é algo que me assusta e o estímulo dado a esta postura por alguns professores também. É claro que vivemos em um mundo capitalista, cada vez mais competitivo e individualista e toda essa história, mas não vejo nem nunca vi esse tipo de coisa no Brasil. Ainda mais num curso de comunicação que costuma ser, digamos, mais relax. Não há nada mais difícil aqui do que pegar anotações com alguém. Tirar cópia do caderno de alguém é algo meio impossível, acho hilário, mas é claro que existem exceções.
Eu quero que todo mundo se dê bem, que todos tirem notas fantásticas, não entendo porque algumas pessoas não são assim. Ouvi dizer que nas faculdades de medicina alguns alunos até disponibilizam resumos com informações erradas na xerox para que os outros alunos se saiam mal nas provas…
As notas aqui variam de zero a 20 e os alunos têm muitas chances para serem aprovados. Tem a prova normal ou trabalho, que chamam de avaliação contínua e, se não passarem, tem as frequências e, se não passarem novamente, tem os exames, que são realizados no fim do ano letivo. Parece fácil, mas em função de todas essas chances, os professores dão notas baixíssimas… Acho completamente sem sentido. Tive uma matéria esse período em que cada aluno teve que apresentar seminários individuais sobre diversos textos, buscando bibliografias complementares e coisas do gênero. A nota mais alta que a professora deu para as apresentações foi um 13, algo como um 6,5! Sinceramente, acho que a turma não é tão má assim… Eu tirei 12.. Uma das melhores… Não compreendo isto. O mais engraçado foi que a professora mandou um e-mail para o nosso grupo na internet com as notas de todos os alunos, os nomes e comentários tenebrosos sobre os trabalhos, ou seja, eu já sei quem escreve mal, quem tem problemas nisso ou naquilo. Fiquei embasbacada! Para mim, isso serve para estimular a competitividade. Claro que estudei Comunicação, não sei como é no Brasil em um curso de Medicina, por exemplo. E vocês, o que acham?
Arte-Terapia e Educação
Há 2 anos
2 comentários:
É realmente assustador isso, Bruna! É exatamente o oposto do que acontece lá na minha faculdade de Letras, onde o que impera é o espírito de cooperação. Uns ajudam e incentivam os outros o tempo todo. Agora que estou no doutorado, então, atuo quase como que uma co-orientadora para os alunos do mestrado e da graduação: empresto textos, dou dicas, reviso, participo da organização de jornadas... e tudo de graça, só pelo prazer mesmo de ajudar. Entendo que é assim que deve ser, afinal, um dos motivos de eu estar ali é que pretendo ser professora depois.... Nossa, fiquei chocada!
Isso não me surpreende, é exatamente o reflexo da forma como eles se tratam em outros lugares.
Abraços, Norton.
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